
Bolsonaro planeja um ataque coordenado aos institutos de pesquisa na reta final da corrida ao Planalto. Integrantes da campanha divulgaram vídeos em suas redes sociais desestimulando os apoiadores do presidente a responderem os levantamentos do Datafolha e do Ipec. O material circula amplamente em grupos de WhatsApp e Telegram.
O objetivo, segundo fontes do Globo, é estabelecer uma diferença significativa entre a intenção de voto em Bolsonaro e o resultado que aparecerá nas urnas em 30 de outubro, contribuindo para levantar suspeitas sobre o trabalho dos institutos e também da justiça eleitoral e das urnas eletrônicas.
Do mesmo modo, aliados do presidente tentam viabilizar uma CPI das Pesquisas na Câmara e no Senado. Marcos do Val (Podemos), autor do requerimento no Senado, afirma ter o número de assinaturas necessário para apresentar a demanda ao presidente da casa Rodrigo Pacheco (PSD). Na terça-feira (4), o ministro da Justiça, Anderson Torres, atendeu a um pedido da campanha de Bolsonaro e ordenou que a Polícia Federal investigue os institutos de pesquisa. Os alvos da investigação não foram divulgados.
Na véspera da eleição, o Datafolha apontava que Lula tinha 50% das intenções de voto e Bolsonaro, 36%. Já o IPEC dava 51% para Lula e 37% para Bolsonaro. O resultado do primeiro turno revelou a marca de 48,43% para o petista, ante 43,20% para o atual presidente. Os institutos justificaram a diferença alegando que houve uma migração do chamado “voto útil” para Jair Bolsonaro no primeiro turno.