Nocaute incontestável: Haddad deixou Tarcísio na lona. Por Maringoni

Atualizado em 28 de outubro de 2022 às 9:53
Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas no debate da TV Globo. Foto: Reprodução

Por Maringoni

Não me lembro de ter assistido a um nocaute tão incontestável num debate eleitoral quanto o aplicado por Haddad sobre Tarcísio. O ex-prefeito seguiu uma linha básica na política: jamais deixar o oponente tomar a ofensiva. Seguro e tranquilo, colocou o miliciano no canto, de saída.

É algo inusitado. Em geral, nos debates de segundo turno, os postulantes chegam muito bem treinados e ensaiados, evitando a todo momento cascas de banana. Na Globo, em nenhum dos blocos o enfrentamento foi equilibrado. O petista deu um banho.

Sem ser bairrista e sem perder a elegância, mostrou a ignorância do carioca sobre São Paulo. Mostrou de forma clara a ignorância de Tarcísio sobre um tema basilar de endividamento público e o emparedou no episódio de Paraisópolis.

O movimento de palco de Haddad expressou competência. Sabe que não se deve movimentar demais quando busca atrair a atenção do eleitor e que deve ter dramaticidade e olhar para a câmera em sinal de sinceridade, em determinados momentos. Tarcísio ficou solto como um boneco de vento, olhando para todos os lados, sem fixar ponto algum. Demonstrou nervosismo e insegurança.

A partir da metade do debate, o bolsonarista começou a fazer cara de não ver a hora daquela agonia acabar. Repetia a esmo números e dados sem nexo, enquanto se refugiava no púlpito no fundo da cena. Acabou na lona.

Se o debate virar voto, Haddad chega ao domingo como franco favorito.

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Gilberto Maringoni
Gilberto Maringoni, professor de Relações Internacionais da UFABC e candidato do PSOL ao governo de São Paulo, em 2014