
Neste domingo (30), a Polícia Rodoviária Federal descumpriu a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e, até 12h35, já havia realizado 514 ações de fiscalização contra ônibus. A ordem do ministro proibia abordagens em transportes públicos em função do segundo turno das eleições.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, o número de ações nesta segunda etapa do pleito já é 70% maior do que o que foi registrado no último dia 2, quando aconteceu o primeiro turno. Porém, não é possível estimar se as operações aconteceram antes ou depois dos passageiros abordados irem votar.
Dados da PRF apontam que foram feitas ao menos 82 abordagens somente a ônibus em Alagoas neste domingo. Outros documentos ainda mostram que, no último dia 27, a Polícia Rodoviária Federal do Paraná orientou que o foco dos trabalhos do órgão deveria ser em veículos que transportam passageiros.
“A fiscalização deverá ser focada nos veículos transportadores de passageiros, com o intuito de prevenir acidentes de trânsito nesse período que há um incremento de movimentação de passageiros, e de verificar possíveis crimes eleitorais, especialmente transporte irregular de passageiros ou dinheiro”, orienta o documento.
A PRF do Paraná também deu a recomendação de que, caso não haja ônibus, o foco deve ser transferido para vans e outros veículos que transportem passageiros.
Já a decisão de Moraes veio depois que o Partido dos Trabalhadores alegou que recebeu denúncias de que a Polícia Rodoviária Federal fosse atuar para favorecer o presidente Jair Bolsonaro (PL) neste segundo turno, dificultando o deslocamento de eleitores menos favorecidos, tidos como o eleitorado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).