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Integrantes do Judiciário articulam uma força-tarefa para convencer Jair Bolsonaro (PL) a reconhecer a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição. A expectativa é que o reconhecimento do presidente ajude a conter os manifestantes nas estradas e, assim, acabar com os bloqueios nas rodovias do país, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
Os ministros Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram atrás, nesta terça-feira (1º), de outros ministros do Supremo, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de ministros do governo e presidentes de partidos políticos de centro para tentar convencer Bolsonaro a fazer um pronunciamento.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o governador eleito em São Paulo, Tarcísio de Freitas, estão em contato com integrantes do Judiciário.
A avaliação é que uma declaração do mandatário é essencial para conter os protestos nas ruas. Bolsonaro está há cerca de 40 horas em silêncio, sem fazer qualquer declaração desde que perdeu a eleição.
Parte dos aliados acredita que o presidente deve dar uma declaração reconhecendo a derrota, mesmo que critique o Judiciário. Eles dizem ainda que Bolsonaro tem que se colocar como o líder da oposição a Lula.
Dirigentes partidários querem que Lira vá ao Planalto sozinho ou acompanhado para persuadir o presidente a se posicionar mesmo que não reconheça derrota, mas para pedir aos manifestantes que deixem as rodovias. O presidente da Câmara já esteve com o mandatário, ontem, por cerca de meia hora no Alvorada.
Enquanto há uma ala do entorno de Bolsonaro que busca pressioná-lo para reconhecer a derrota, outra ainda questiona o resultado das urnas. Auxiliares mais próximos do presidente afirmam ter dúvidas sobre a apuração dos votos. Eles reconhecem que os bloqueios são preocupantes, mas dizem ser justificáveis.