O Brasil sem lei dos arruaceiros golpistas e de Cássia Kis. Por Moisés Mendes

Atualizado em 3 de novembro de 2022 às 6:57
Cássia Kis aparece aplaudindo manifestantes bolsonaristas que bloqueiam vias e pedem intervenção federal. Foto: Reprodução

Por Moisés Mendes

Os fatos a seguir são apenas alguns dos exemplos de como o Brasil foi sequestrado por desordeiros, que afrontam a democracia e as instituições, e pelos falsos dilemas em torno da punição ou não de criminosos que agem em nome do fascismo.

1. Mulheres se jogaram ao chão, no meio da rua, na terça-feira, diante do QG do Exército em Porto Alegre, no que seria a comemoração de uma improvável prisão do ministro Alexandre de Moraes.

(Uma cena clássica de euforia provocada por fake news. Claro que a prisão era uma bobagem. Mas elas acreditaram. O TSE e o Supremo não conseguem controlar e tampouco punir as redes de fake news, que muitas vezes agem contra seus próprios interesses, como nesse caso.)

2. Agentes da Polícia Rodoviária Federal foram flagrados e filmados confraternizando com caminhoneiro golpistas e alguns chegaram até a bater continência para os arruaceiros.

(São cenas que se repetem da adesão de policiais à baderna. Até agora não há um policial punido por envolvimento com os atos golpistas, e ninguém, das altas cortes ao Ministério Público, sabe como conter esse envolvimento.)

3. Cássia Kis foi filmada ajoelhada na rua no Rio, nessa quarta-feira, puxando uma reza de bolsonaristas vestidos com a camisa da seleção, para que as Forças Armadas sejam abençoadas e apliquem o golpe.

(A atriz tem repetido declarações homofóbicas e golpistas. Mas a Globo apenas emite notas em defesa da diversidade e não sabe o que faz para preservar sua imagem e a imagem de seus artistas, talvez por causa da alegada ‘liberdade de expressão’ de homófobos e fascistas.)

4.
 Catarinenses cantaram o Hino Nacional, diante de um quartel de São Miguel do Oeste, no feriado, e fizeram com o braço estendido a inconfundível saudação nazista, muitos deles com as bandeiras do Brasil e outros vestidos com a camiseta da seleção.

(Caso típico, que se repete há muito tempo, de exaltação ao nazismo, o que é crime no Brasil. Mas quem conhece alguém punido? Agora, bolsonaristas e nazistas se misturam, porque em muitos casos eles são a mesma coisa. Ser golpista e ser nazista não dá nada.)

Originalmente publicado em BLOG DO MOISÉS MENDES

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Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/