Victor Fasano e o caso dos fracassados que usam golpistas para aparecer. Por Nathalí

Atualizado em 12 de novembro de 2022 às 14:00
Victor Fasano
Foto: Reprodução

Por Nathalí Macedo

Mesmo derrotados, Bolsonaro e seus seguidores seguem sendo o que sempre foram: uma máquina de memes. Ótimos memes – inclusive, o maluco do caminhão deveria ganhar um prêmio de meme do ano, e com certeza será minha fantasia de carnaval.

Uma pena não serem apenas ridículos – embora sejam muito, muito ridículos -, eles também são fascistas, e incoerentes, e um bando de adjetivos que não caberiam em uma lauda no word.

O ridículo da vez – junto com Cássia Kis, que resolveu rasgar a própria biografia na velhice – é o ex-ator Victor Fasano, herdeiro, despolitizado e brega até a medula.

Ao lado da ainda atriz – que, ao contrário dele, ao menos tem uma biografia pra rasgar – o ator participou de um ato antidemocrático com meia dúzia de lunáticos que não aceitam o resultado das eleições.

Ao comentar um relatório divulgado pelo Ministério da Defesa – que, como era de se esperar, concluiu não haver qualquer fraude eleitoral – a criatura disse querer saber “exatamente o que aconteceu na eleição”.

Tudo bem, a gente explica: o que aconteceu foi que o seu candidato perdeu e o nosso venceu, democraticamente. Como disse Duvivier no último GregNews: Nós vencemos a milícia sem dar um tiro.

Aconteceu que seu candidato alegou fraude eleitoral porque não aceita perder, e fez um pronunciamento m*rda que deveria te fazer sentir vergonha de ainda defende-lo. Aconteceu também que ele agora tenta destruir as provas de seus crimes porque sabe que seu destino será a prisão – uma prisão justa, ao contrário do que aconteceu com o presidente Lula.

Vocês podem fazer vigília, oração, motociata, golpe ou macumba: nós vencemos, e o que lhes resta – embora não seja muito a cara do fascismo – é aceitar a derrota, e, em breve, a prisão de Bolsonaro.

Talvez o ex-ator – que não consegue emplacar um personagem desde 2012, nem mesmo na Record, que é uma lixeira de atores ruins – só queira seus quinze minutos de fama e esteja tentando consegui-los da pior forma possível, ou talvez seja tão lunático quanto aqueles que o acompanham – jamais saberemos.

O fato é que esses pequenos grupos, a galerinha da vigília, tem usado o argumento da democracia para atacar a democracia, e isso faz tanto sentido quanto todo o resto.

“Como nós temos nossa liberdade garantida pela nossa constituição, em um país democrático, sim, nós podemos continuar nos manifestando, querendo saber o que houve na eleição passada. Então, firmes, minha gente, firmes. Enquanto nós não tivermos uma resposta concreta, convincente, continuaremos aqui fazendo a nossa vigília todos os dias. Boa noite”, disse em um vídeo postado nas redes sociais.

Sim, estamos em uma democracia. E, em uma democracia, quem perde a eleição entrega a faixa pra quem ganha a eleição, em vez de fechar rodovias e fazer vigília na porta das forças armadas pedindo intervenção militar em nome da democracia.

Lula está eleito, Bolsonaro está derrotado e tudo o que esses fascistas fizerem só servirá para que nós continuemos rindo muito – mas muito – enquanto eles esperneiam.

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Nathalí Macedo
Nathalí Macedo, escritora baiana com 15 anos de experiência e 3 livros publicados: As mulheres que possuo (2014), Ser adulta e outras banalidades (2017) e A tragédia política como entretenimento (2023). Doutora em crítica cultural. Escreve, pinta e borda.