Presidente da Colômbia recebe WikiLeaks para falar do caso Assange; próximo é Lula

Atualizado em 21 de novembro de 2022 às 18:13
Kristinn Hrafnsson (esq.), editor-chefe do Wikileaks, com Gustavo Petro, presidente da Colômbia (ao centro)

Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks e Joseph Farrell, embaixador do WikiLeaks foram recebidos na manhã desta segunda, dia 21, pelo presidente colombiano, Gustavo Petro, e seu ministro de Relações Exteriores, Álvaro Duran, no Palácio de Nariño.

Na próxima sexta-feira (25), é a vez de Lula receber a equipe do Wikileaks em São Paulo. Em junho, ele comentou a aprovação concedida pelo Reino Unido para a extradição de Julian Assange para os EUA. “Que crime Assange cometeu?”, questionou.

“Se ele for para os EUA, extraditado, certamente é prisão perpétua e certamente ele morrerá na cadeia”.

Lula afirmou que Assange denunciou “as falcatruas feitas no país mais importante do planeta” e que o jornalista deveria “estar recebendo o Prêmio Nobel, o Oscar de decência e de coragem”.

A reunião privada com as autoridades colombianas durou aproximadamente uma hora. Foi também a ameaça que uma potencial extradição de Assange representa para a liberdade de expressão e a democracia mundialmente. Petro comprometeu-se a engajar lideranças de outros países da região numa ação internacional de solidariedade.

O WikiLeaks salientou na reunião que o tratado de extradição entre os EUA e o Reino Unido proíbe que seja por crimes políticos, dos quais Assange é acusado. A não-extradição de Julian Assange significaria simplesmente que os EUA estariam cumprindo as suas próprias leis e tratados internacionais de longa data.

O ministro de Relações Exteriores, Álvaro Duran, e Sara Vivacqua

“Estou extremamente satisfeito com o resultado da reunião com o presidente Petro e o ministro Durán. Eles mostraram o seu compromisso indiscutível em apoiar a luta pela liberdade de Assange, e reconhecem as implicações graves para a liberdade de imprensa em todo o mundo que a extradição de Assange poderia estabelecer”, diz Kristinn.

“Ambos comprometeram-se a ajudar a conseguir que outros líderes da região sigam a posição da Colômbia e a instar coletiva e individualmente a administração Biden a retirar as acusações e a conceder a Assange a sua liberdade há muito esperada”.

Sara Vivacqua
Sara Vivacqua é mineira e advogada, necessariamente nessa ordem. Graduada em Direito pela Ruprecht-Karls-Universität Heidelberg, na Alemanha, onde residiu por 13 anos, reside no Reino Unido desde 2011, onde trabalha como advogada