“Coisa de covarde”, diz general sobre silêncio de Bolsonaro após derrota

Atualizado em 23 de novembro de 2022 às 14:22
Carlos Alberto dos Santos Cruz
Foto: Reprodução

Ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), o general Alberto dos Santos Cruz disse que o silêncio do presidente após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “negócio de covarde”. De acordo com o ex-ministro da Secretária de Governo de Bolsonaro, é obrigação de um presidente se manifestar após as eleições e promover a “paz social”.

“Tem que olhar para frente, pô, quem ganhou tem que governar direito e quem perdeu tem que se organizar para ser oposição, esse é o padrão. Esse silêncio pode ser interpretado como um negócio de covarde de você esperar que o circo pegue fogo para ver como pode se beneficiar”, afirmou em entrevista a coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.

Santos Cruz foi demitido do governo em junho de 2019. Ele é autor do livro “Democracia na prática”, que escreveu a partir da perspectiva de quem esteve ao lado de Bolsonaro. Na obra, o general diz que o presidente e seus apoiadores usam uma “cartilha do totalitarismo” e agem “como seita”.

O ex-ministro mencionou também o envolvimento político do comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior nas eleições. O militar postou foto de verde e amarelo nas redes sociais no dia das eleições e curtiu uma série de postagens a favor de Bolsonaro e pedindo intervenção federal.

Na entrevista, ele ainda observou a entrada das Forças Armadas nas eleições e disse que “foi um erro grandíssimo”. “Eu espero que nunca mais as Forças Armadas participem do processo eleitoral, não tem nada a ver com a expertise das Forças Armadas, não tem nada a ver com a função. Foi um erro ter aceitado o convite do TSE, já existem vários órgãos que participam desse processo de validação, as Forças Armadas não tem nada a ver”, afirmou.

“Outro erro foi ter produzido o relatório técnico com uma conclusão que deixou dupla interpretação. Quando você deixa a coisa sem definição num ambiente de extremismo, é uma arapuca que você entra e não consegue mais sair”.

O Ministério da Defesa publicou um relatório no último dia 10 de novembro afirmando que não foram encontrados indícios de fraudes nas eleições, mas que as Forças Armadas também não excluíam a possibilidade de inconsistência nas urnas.

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