Historiador vê “equívoco perigoso” de Lula ao ceder muito a militares

Atualizado em 3 de dezembro de 2022 às 12:41
O historiador Manoel Domingos Neto. Foto: Divulgação

 

O historiador Manoel Domingos Neto, um dos maiores especialistas em Forças Armadas do país, concedeu uma breve entrevista ao o DCM neste sábado (03) falando sobre os primeiros passos do futuro governo Lula no trato com os militares.

DCM: A nomeação de José Múcio Monteiro para o ministério da Defesa, a permanência da Abin sob o guarda-chuva do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e a provável nomeação de um general para o comando do órgão são demonstrações de boa vontade por parte da futura gestão mas que talvez não recebam a devida contrapartida da Forças Armadas. O governo Lula estaria cedendo demais aos militares?

Manoel Domingos Neto: Sim, está cedendo demais. Acho que é um equívoco perigoso.

DCM: Qual o maior risco assumido com essa postura?

Manoel Domingos Neto: O futuro governo parece não compreender a gravidade da situação de que seguirá sendo fortemente contestado. Precisa ter amparos sólidos nos instrumentos de força e nos serviços de inteligência.

Essas demonstrações de boa vontade do novo governo com os militares podem ser correspondidas ou a militarização iniciada pelo bolsonarismo é um caminho sem volta e eles pretenderão continuar tutelando a presidência ?

Manoel Domingos Neto: Boa parte do aparelho de Estado mostrou-se propensa às manipulações golpistas. Rejeita as proposições mudancistas que garantiram a vitória eleitoral. Uma parte da sociedade quer tranquilidade e mudanças. Quanto às corporações, estão claramente decididas a contingenciar o novo governo. Surgirão muitos embates. A atuação política da caserna só pode ser contida com o exercício efetivo da chefia-de-Estado. Lula precisa atribuir missões claras às corporações.

Abaixo a mais recente participação do Professor Manoel Domingos Neto no DCM TV:

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