
Foto: Evaristo Sa/ AFP
A Polícia Federal vai apurar se houve pressão de Jair Bolsonaro para aliviar investigações contra familiares e aliados durante seu mandato. A corporação vai instaurar procedimentos internos para avaliar se houve omissão ou ações deliberadas de agentes para alterar inquéritos sensíveis ao Palácio do Planalto nos últimos quatro anos. A informação é do Estadão.
O ex-presidente trocou o diretor-geral da PF quatro vezes durante seu mandato, procedimento que é incomum. Maurício Valeixo, Rolando de Souza, Paulo Maiurino e Márcio Nuns foram os responsáveis pelo posto durante a gestão de Bolsonaro.
O ex-chefe do Executivo ainda foi impedido por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de nomear Alexandre Ramagem para a direção da PF por suspeitas de que ele poderia interferir em investigações.
O novo chefe da corporação, Andrei Augusto Passos Rodrigues, teve com uma de suas primeiras determinações trocar 19 superintendentes nos estados. Entre eles está o do Rio de Janeiro, onde Bolsonaro promoveu diversas substituições, colocando pessoas de confiança em cargos técnicos.
Bolsonaro já foi investigado pela PF por divulgar notícia falsa sobre a vacina contra covid-19, relacionando o imunizante à contaminação pelo HIV. Ele também foi alvo de inquérito no Supremo em 2020 por suspeita d interferência na corporação. Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, o acusou de interferir politicamente para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência.