Conquistar uma garota não parece ser preocupação para Julien Blanc, que se define como um “pick-up artist”, ou PUA.
Sua arte se resume, na realidade, em simplesmente “pegar” mulheres, mesmo que à força. Para ele, os fins justificam os meios – o próprio descreve seu método como “ofensivo, inapropriado, porém eficaz”.
Em um de seus vídeos, onde conta sobre uma experiência no Japão, Julien descreve a técnica “cabeça no pau”. Ou seja, ele basicamente ensina a abordar as japonesas pegando-as pela nuca e levando até sua virilha.
“Em Tóquio, se você é um homem branco, você pode fazer o que quiser”, defende. Ele de fato é filmado enquanto aplica a controversa técnica “cabeça no pau” em várias meninas pelas baladas do Japão – mas mostra apenas o gesto violento, e não as consequências dele.
Outra de suas táticas consiste em chegar na mulher com a mão em seu pescoço, prestes a sufocá-la, e levar o dedo aos lábios, ordenando que fique calada.
As técnicas totalmente reprováveis e agressivas de Julien Blanc mostra como professores de sedução também podem ser simples idiotas sem conteúdo
Parece contraditório que o site de Julien destaque que suas habilidades são capazes de levar as mentes femininas ao curto-circuito e fazê-las implorar por sexo. Na verdade, uma abordagem dessas é aparentemente muito mais eficiente para acabar a noite na delegacia, e não no motel.
O resultado disso é que Julien foi deportado da Austrália mediante uma petição com mais de 41 mil assinaturas. Agora as brasileiras conseguiram barrar a entrada do profissional da pegação no país – ele tinha em sua agenda uma palestra no Brasil marcada para janeiro de 2015.
Devido a uma petição da Avaaz com mais de 230 mil assinaturas, o Itamaraty já sinalizou que vai negar o visto dele, quando solicitado. “Esse homem não é apenas um criminoso, mas um disseminador da cultura de todas as formas de violência contra a mulher”, diz o texto da petição.
Nem todas as dicas do PUA se resumem ao uso de violência física. Ele desenvolve estratégias de manipulação, que chama de “jogo”, cujo objetivo é persuadir a mulher a acompanhar o rapaz em uma aventura pós-festa. Ensina frases prontas para seus alunos repetirem, como se fossem atores em uma encenação. E parece pouco preocupado se a atuação vai se sustentar depois que a calça do cara for abaixo.
O que Julien Blanc chama de desenvolver a masculinidade se assemelha muito ao velho método dos homens das cavernas. Trata as mulheres como se fossem todas ignorantes, submissas e ineptas. A satisfação delas é totalmente irrelevante para ele – parece que até indesejada, nesse processo.
Sua popularidade entre os homens demonstra como garotas são tratadas como troféus, para atender a vontades imediatas e inflar o ego dos caras por aí. A quantidade de pessoas de todo o mundo dispostas a dizer não aos abusos que ele prega, revelam, por outro lado, que o método de Julien pode não ser tão eficaz assim.