
Para o Ministério Público Federal, o momento trágico vivido pelos yanomamis foi potencializado por um esquema de corrupção que desviou recursos destinados à compra de medicamentos essenciais aos povos indígenas. Diante disso, unidades de saúde acabaram sendo desabastecidas no último ano.
De acordo com informações do colunista Carlos Madeiro, do UOL, uma investigação em curso feita pelo MPF em Roraima aponta que o vermífugo albendazol deixou de ser dado a mais de 60% das crianças do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Yanomami.
“Esse remédio é fundamental para qualquer ação de saúde de assistência indígena. Ele é barato, você dá duas vezes por ano e evita que a criança tenha crises graves. Mas das 13 mil, 14 mil crianças que deveriam tomar em 2022, 10.193 não tomaram”, disse o procurador do MPF em Roraima, Alisson Maruga.
“[Esse esquema] gerou um desabastecimento generalizado no território. Estamos falando da Rename (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais). Foi um impacto gigantesco”.
Segundo o UOL, um enfermeiro na Casai (Casa de Saúde Indígena) afirmou ainda que a falta de medicamentos foi “decisiva para o aumento de desnutrição e verminoses”. “Tinha mãe que trazia em recipientes os vermes que as crianças colocavam pela boca. Eu nunca tinha visto aquilo”, ressaltou.
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