Nazista com suástica tatuada é levado a delegacia e polícia libera: ‘significa boa sorte’

Atualizado em 28 de janeiro de 2023 às 23:07
Homem com tatuagens nazistas no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução

Um homem com três tatuagens de apologia ao nazismo foi liberado após um estudante levá-lo a uma delegacia para prestar queixa. Na manhã deste sábado (28), Leonardo Guimarães levou o homem com uma suástica tatuada na 9ª Delegacia de Polícia Civil (Catete) no Rio de Janeiro. No local o policial, que seria bolsonarista, disse que o desenho “significa boa sorte” no registro do boletim de ocorrência e liberou o criminoso.

A apologia do nazismo usando símbolos nazistas, distribuindo emblemas ou fazendo propaganda desse regime é crime previsto em lei no Brasil, com pena de reclusão. Se enquadra na Lei 7.716/1989, segundo a qual é crime “fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”. A pena é de dois a cinco anos de cadeia e uma multa.

Segundo Guimarães, ele estava em um restaurante quando viu um homem passar com três tatuagens que se referiam ao nazismo: uma suástica, um sol negro e um dizer “White Proud”, que significa “orgulho branco”.

“Eu parei em uns policiais, que ficam ali no Largo do Machado, falei que eles precisavam fazer algo a respeito daquilo. Consegui convencê-los que aquilo de fato era um crime e aproveitei para tirar uma foto desse homem andando. Os policiais conseguiram encontrá-lo e eu fui com eles até a delegacia”, relata ao jornal O DIA.

Lá, Leonardo informou que o policial de plantão chegou a ligar para uma delegada da 12ª DP (Copacabana), e foi neste momento que ele disse que não era crime ostentar os símbolos nazistas. No boletim de ocorrência sobre o caso, o policial Sandro Monteiro da Silva escreveu: “Verificou-se a presença de uma tatuagem suástica que significa de acordo com consulta no Google significa boa sorte ou bem-estar.”

“O inspetor me chamou de comunista e que eu sou defensor do gayzismo, essas coisas. Falou que o caso era atípico e ouviu o homem. Quando chegou minha vez de dar depoimento, eu falei que só falaria na presença do meu advogado, mas ele falou que não e registrou o ocorrido sem a minha fala”, afirma Guimarães.

O estudante ainda disse que falou ao policial civil que o Supremo Tribunal Federal já definiu que liberdade de expressão não se enquadra em apologias ao nazismo, mas é ignorado. “Ele falou foda-se o STF porque o STF legisla”.

Nas redes sociais, Leonardo compartilhou o episódio e afirmou que não vai desistir. “Vou até o fim”.

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