
Que Romeu Zema é um bolsonarista de banho tomado, todo o mundo sabe. Que ele é burro, também. Mas chama a atenção como ele consegue ainda surpreender.
O governador de Minas Gerais foi a Divinópolis participar, nesta sexta-feira (10/2), de cerimônia de ordem de início das obras de um hospital.
Deu entrevista para a rádio local, num programa com o inacreditável nome de “Pauta Quente” (o preferido do general Benjamin Arrôla).
A alturas tantas, o apresentador lhe deu um livro de poemas de Adélia Prado, uma das maiores escritoras do Brasil, orgulho de Divinópolis.
Aos 87 anos, Adélia é um monumento da literatura nacional desde que foi revelada por Carlos Drummond de Andrade nos anos 70.
Zema não fazia ideia do que tinha nas mãos. Pegou o volume como um macaco inspecionando um sapato Vulcabrás e mandou ver: “Vou fazer bom uso. Ela trabalha aqui”.
O interlocutor foi obrigado a dizer que não, quem trabalha na rádio é a diretora que presenteou Zema com a coletânea de poemas, e não Adélia Prado.
“Ah, perfeito. Agradeço muito”, diz Zema, balançando a cabecinha oca, pronto para partir para novas aventuras.
https://youtu.be/XNzoUOs9xaY