Glenn Greenwald bajulou picareta fascista condenado por mentir sobre massacre de crianças nos EUA

Atualizado em 17 de abril de 2024 às 9:52
Glenn Greenwald na Fox News

A Folha anunciou hoje a contratação de Glenn Greenwald como seu novo colunista.

O jornalista vem chamando de censura as decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes determinando a suspensão de perfis e a exclusão de postagens de redes sociais”, diz o jornal.

“A história mostra que um dos maiores perigos para as democracias é o abuso de poder, mesmo quando por líderes políticos bem-intencionados. Os valores da liberdade de expressão, devido processo legal, imprensa livre, democracia e a necessidade de transparência são primordiais para mim”, afirma Greenwald.

Fundador do Intercept Brasil e mentor da série da Vaza Jato, Greenwald é hoje herói do bolsonarismo, que usa da falácia da “liberdade de expressão absoluta”, frequentemente traduzida num versículo bíblico, para cometer e defender crimes.

Seu apoio ao deputado fascista Nikolas Ferreira (PL-MG), investigado no Supremo e incentivador da intentona golpista do 8 de janeiro, foi replicada por Eduardo Bolsonaro e Regina Duarte, entre outros. A Jovem Pan, onde ele foi agredido por um descontrolado Augusto Nunes, o elogia.

Quando Jair Bolsonaro espalhava cascatas sobre vacinas e urnas e eletrônicas, Greenwald considerou que ele era “censurado” pelas big techs.

Greenwald e o amigo Tucker Carlson, âncora da Fox adepto da teoria supremacista branca da “Grande Substituição”, concordaram que Bolsonaro e Trump eram similares em sua luta contra o “sistema”.

Eduardo Bolsonaro elogia Greenwald por sua defesa do golpista Nikolas Ferreira

Greenwald é frequentador de carteirinha da Fox. Na semana passada, foi revelado que a emissora de Murdoch apoiou Trump mesmo sabendo que ele mentia sobre fraude nas eleições. A questão é central em um processo de difamação de US$ 1,6 bilhão movido contra a rede pela Dominion Voting Systems. Greenwald ainda não se manifestou sobre isso.

No ano passado, ele conduziu um “debate” com o radialista picareta Alex Jones, teórico da conspiração condenado a pagar quase 1,5 bilhão de dólares por difamar os pais das crianças do massacre da escola Sandy Hook, em 2012.

Jones falava em seus programas que os meninos e meninas assassinados eram atores e o tiroteio foi encenado. No evento de lançamento de seu documentário em Austin, no Texas, Greenwald deu-lhe tratamento especial.

Perguntou-lhe, por exemplo, como alguém que era “perturbadoramente bonito de uma maneira muito convencional e normal” com “carisma natural”, escolheu o caminho da independência da mídia convencional.

“É a mais nova baixeza em uma carreira cada vez mais definida por novas baixezas”, definiu o site Salon, para o qual Greenwald escreveu em outra eras.

Kiko Nogueira
Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.