
Quando comandava o Ministério da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro (PL), o agora governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), rejeitou participar dos planos e pedidos de parceria de seus antecessores para duplicar o trecho paulista da rodovia Rio-Santos.
No entanto, o aliado do ex-presidente afirmou que não atuou no trecho paulista da Rio-Santos por problema de jurisdição, uma vez que essa parte está sob responsabilidade do estado. Ele ainda ressaltou que em “momento algum” discutiu com o governo Doria a possibilidade de incluí-la na concessão para a iniciativa privada.
“Quando a gente fez o projeto, a gente previu a duplicação integral da Rio-Santos até Ubatuba. Nesse momento, a gente nunca discutiu ir além de Ubatuba por uma questão de jurisdição. Quando você planeja uma concessão federal, você está pensando em rodovias federais, salvo melhor juízo, alguns arranjos que podem ser feitos”, disse Tarcísio à Folha de S.Paulo.
A duplicação de todo o trecho paulista da Rio-Santos começou a ser tratada nos primeiros dias dos governos Bolsonaro, a nível federal, e Doria, em São Paulo. O governo federal, por sua vez, se desvinculou dos planos paulistas e excluiu do processo o trecho estadual.
Ainda segundo a Folha, Tarcísio também disse que conversou e pediu ajuda ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para buscar soluções para o trecho paulista da Rio-Santos, mas destacou que não pediu e nunca vai pedir a sua federalização.
A Rio-Santos foi duramente afetada pelas fortes chuvas do último fim de semana. Os pontos mais atingidos da rodovia ficam no trecho sob responsabilidade do governo estadual. Segundo o Governo de São Paulo, até o momento, são 48 mortes confirmadas, 38 pessoas desaparecidas, 1.730 desalojadas e 766 desabrigadas na região do litoral norte paulista.