Coronel da PM do DF conta como Exército atrapalhou prisão de terroristas

Atualizado em 16 de março de 2023 às 16:30
Jorge Eduardo Naime na CPI dos Atos Antidemocráticos. Foto: Rinaldo Morelli/CLDF

Jorge Eduardo Naime, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, afirmou que o Exército dificultou a prisão de bolsonaristas que atacaram a Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro. Segundo o coronel, militares fizeram uma “linha de choque” para evitar que os agentes entrassem no acampamento em frente ao quartel-general da Força em Brasília.

“Tinha uma linha de choque do Exército com blindados. Eles não estavam voltados para o acampamento, mas sim para a PM”, afirmou Naime, em depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta quinta (16).

Ele diz que recebeu a ordem de apenas manter o policiamento na Esplanada e mobilizar tropas para remover o acampamento na manhã do dia seguinte ao ataque, 9 de fevereiro. A situação só se acalmou, de acordo com o coronel, após uma reunião entre coronéis da PM, o ex-interventor federal Ricardo Cappelli e o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto.

Naime diz ter participado de duas reuniões como Exército para remover acampamentos no QG de Brasília, mas os planejamentos não avançaram.

O coronel era chefe do Departamento Operacional da PMDF durante os ataques terroristas. Ele está preso desde o dia 7 de fevereiro, após ser alvo da operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que investiga omissão de autoridades no enfrentamento dos bolsonaristas.

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