PF investiga viagem de Torres à Bahia para organizar bloqueios contra eleitores de Lula nas eleições

Atualizado em 3 de abril de 2023 às 7:44
Anderson Torres e Jair Bolsonaro — Foto: EVARISTO SA / AFP

O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro Anderson Torres está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) por uma viagem à Bahia, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. O pretexto da viagem foi reforçar o contingente da PF no estado contra supostos crimes eleitorais e barrar a chegada dos eleitores de Lula (PT) aos locais de votação.

Na ocasião, Torres pediu pessoalmente à superintendência da PF da Bahia que atuasse em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A ação estava pautada para interromper o fluxo de eleitores na região para prejudicar a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

Torres foi escalado pelo ex-mandatário para colocar em prática no Nordeste o plano da campanha bolsonarista envolvendo o uso político da PRF no dia 30 de outubro, segundo turno da eleição, uma vez que é uma região majoritariamente pró-Lula.

Anderson Torres e Jair Bolsonaro – Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

O bolsonarista se reuniu com Leandro Almada, ex-superintendente da PF no estado, e outros integrantes da PF. Após o encontro, a equipe de Torres encaminhou um documento com uma lista de cidades em que o efetivo policial deveria ser reforçado, por exemplo, onde Lula era mais forte.

Esse documento, segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, foi elaborado pela delegada Marília Ferreira Alencar, que na época atuava no Ministério da Justiça e que, posteriormente, foi trabalhar com Torres na Secretaria de Segurança Pública do DF.

Vale destacar que a Bahia é um dos estados onde Lula teve a sua maior votação. No primeiro turno, o petista obteve 69,7% dos votos no estado, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve 24,3%. Já no segundo, Lula teve uma vantagem de pouco mais de 2 milhões de votos.

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