
De acordo com o jornalista Jamil Chade, do UOL, documentos vazados do Pentágono demonstraram que Vladimir Putin viu a proposta brasileira da criação de um grupo de negociação para discutir a guerra com a Ucrância como uma forma de diminuir a pressão do Ocidente contra a Rússia.
Os documentos foram tornados públicos nas redes sociais, sem a identificação dos responsáveis pelo vazamento. A inteligência americana reconheceu a veracidade de alguns dos papéis.
Uma das revelações fazia referência à proposta formulada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, sugerindo a criação de um grupo que facilitaria o diálogo entre os países que não participam da guerra que envolve o Kremlin e a Ucrânia. Na avaliação americana, Moscou usaria essa ideia a seu favor.
A diplomacia russa sinalizou a disposição de levar a ideia de Lula em consideração. O plano “para criar um clube de mediadores supostamente neutros para dar com a guerra na Ucrânia rejeitaria o paradigma do Ocidente de agressor-vitima”.
A posição de Lula em relação ao conflito, que equipara Rússia e Ucrânia, assustou as potências ocidentais. Há duas semanas o Brasil, juntamente com a China e a própria Rússia, apoiou a criação de um grupo de investigação na ONU para apurar as explosões de gasodutos no mar do Norte.
A proposta de criação desse grupo não foi bem vista pelos americanos. A Casa Branca entende que qualquer iniciativa nesse sentido só poderia ser tomadas por países que entendam a Rússia como violadora da Carta das Nações Unidas. Nesse sentido, a visita de Lula foi um trunfo para Biden, uma vez que o brasileiro assinou um documento conjunto no qual condenava a agressão do país de Putin.

Outro documento vazado dava conta de uma comitiva brasileira de alto escalão vianajdo para Moscou na primeira quinzena de abril. De fato, Celso Amorim reuniu-se com o chanceler russo Sergei Lavrov, que por sua vez virá ao Brasil no próximo dia 17.