
Nessa sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que não venderá empresas estatais em seu mandato. A fala aconteceu em entrevista à rede de televisão estatal da China, CCTV, em um dos seus compromissos pelo país asiático.
“Não queremos ser [um país] vendedor só de commodities ou vendedor de empresa estatal. O que o Brasil quer propor à China, é que precisamos construir uma centena de coisas novas, que passa por rodovia, ferrovia, portos, aeroportos e que passa por novas indústrias, empresas químicas e investimentos novos”, foi a afirmação segundo o que foi liberado pelo governo brasileiro, indo ao encontro do que o presidente chama de “reindustrialização do Brasil”.
Outro tópico defendido por Lula na conversa com o canal chinês foi a necessidade de avanço na relação entre os dois países em temas como ciência, tecnologia, convênios entre as universidades e transição energética, indo além da questão econômica e comercial.
As transições comerciais sem passar pelo dólar também foi pauta, assim como a busca de uma solução para a guerra entre Rússia e Ucrânia, e a criação de uma nova forma de governança mundial, dando protagonismo para países como China, Brasil e México.
Ao falar sobre as mudanças em organismos multilaterais, Lula afirmou que é preciso buscar mais representatividade no Conselho de Segurança das Nações Unidas: “eu acho que tem que ter países da América do Sul, América Latina, da África. Não é possível que o continente africano, com cinquenta e quatro países, não possa ter representante”.
Os compromissos do presidente brasileiro foram destaque na imprensa chinesa. A recepção de Xi Jinping foi exibida várias vezes na CCTV, já o China Daily, maior jornal em inglês do país asiático, destacou que as relações entre as duas nações “são uma prioridade diplomática”, e que além de serem os maiores emergentes de seus hemisférios, possuem vários pontos em comum.