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O ex-chanceler Celso Amorim defendeu a posição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a guerra da Ucrânia e afirmou que as críticas do presidente não são apenas em relação a posição dos Estados Unidos e da União Europeia no conflito.
As declarações foram dadas em entrevista à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo. Segundo Amorim, críticas já foram feitas em alto e bom som à Rússia e lembrou que o Brasil até mesmo acompanhou os países ocidentais em uma condenação ao ato na ONU.
“O que você quer? Uma vingança? Dar uma lição?”, afirma ele sobre a postura dos países ocidentais no conflito. “A última vez que se tentou isso [com o Tratado de Versalhes depois da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial] deu no que deu”, afirmou.
Ele disse que é preciso buscar a paz, e que “sanções” ou a insistência em “derrotar a Rússia” não vão resolver o assunto.
O ex-chanceler afirmou ainda que o Brasil sabe da importância do papel dos EUA, que reconheceram o resultado da eleição presidencial brasileira quando ela era questionada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas isso, no entanto, não obriga o Brasil a seguir os interesses norte-americanos nas questões internacionais. “Não houve nenhum pacto”, disse ele. “Cada país tem a sua opinião e tem o direito de discutir civilizadamente. De poder divergir.”
Amorim comandou o Ministério das Relações Exteriores no governo de Itamar Franco, entre 1993 e 1995, ocupou a mesma posição nos dois mandatos anteriores de Lula na Presidência, e foi ministro da Defesa de Dilma Roussef.