
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou acerca da operação realizada nesta quarta-feira (3), pela Polícia Federal (PF), que culminou na ação de busca e apreensão na residência dela e do marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Jardim Botânico, em Brasília.
“Hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos”, disse Michelle em seu perfil oficial no Instagram.
“Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivo seria ‘falsificação de cartão de vacina’ do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU fui vacinada”, finalizou.

Michelle se referia à Operação Venire, iniciada nesta quarta-feira (3) pela PF. O principal objetivo é investigar suspeitos de terem fraudado dados do Ministério da Saúde em relação à vacinação contra a Covid-19. A casa do ex-capitão foi um dos alvos dos agentes federais.

A suspeita, de acordo com investigadores da Controladoria Geral da União (CGU), é de que ex-assessores de Bolsonaro acessaram o sistema do Ministério da Saúde para alterar dados do cartão de vacinação do ex-presidente.
As investigações da PF apontaram que a falsificação teria o objetivo de facilitar a entrada do ex-chefe do Executivo, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. A situação da ex-primeira-dama também é investigada pela PF.
Caso confirmado, Bolsonaro e Michelle podem responder criminalmente por corrupção de menores, infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistemas de informação.
Em sua defesa, ele afirmou que não se vacinou contra a Covid-19 e que não houve adulteração em seu cartão de vacinação. As declarações do ex-mandatário foram realizadas enquanto ele saía de sua casa, em Brasília, poucos minutos após o início da ação da PF. Já no caso de Michelle, ela alegou que, por ser responsável legal de sua filha, permitiu que Laura Bolsonaro não se vacinasse.

Mais cedo, durante a operação, o tenente coronel Mauro Cid, ex-braço direito de Bolsonaro, foi preso. Cid é suspeito de fraudar dados de vacinação contra a Covid-19.
O celular do ex-presidente foi apreendido pela PF durante as ações. Os investigadores buscam encontrar dados relacionados à investigação que ajudem na conclusão dos fatos.