Mentira? Depoimento de Torres sobre bloqueios contra eleitores de Lula contradiz declarações de subordinados

Atualizado em 11 de maio de 2023 às 6:51
Anderson Torres – Foto: REUTERS/Adriano Machado

Houve uma divergência no depoimento do ex-ministro da Justiça do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, em relação às declarações prestadas na investigação por dois de seus principais subordinados na pasta. A informação é do Jornal O Globo.

Torres disse não ter determinado que a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) atuassem juntas durante o segundo turno das últimas eleições. Já o delegado Alfredo de Souza Lima Coelho Carrijo, ex-secretário do Operações Integradas (Seopi), e a delegada Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência da Seopi, afirmaram haver ordem expressa para a atuação das duas corporações.

Segundo investigadores do inquérito, a contradição é tida como determinante para esclarecer como foi planejada e executada a ação que supostamente dificultou a movimentação de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda etapa do pleito.

Anderson Torres – Foto: Cristiano Mariz

“QUE o declarante não solicitou que a PF trabalhasse de forma conjunta com a PRF, mas sim que, visando aumentar a capilaridade da atuação das forças federais, o declarante e o DPF MARCIO sugeriram que nas cidades nas quais a PF não conseguisse atender, fosse solicitado que a PRF o fizesse; QUE não houve uma resposta se tal sugestão seria acatada; QUE ressalta que não houve determinação para que uma instituição exercesse a atribuição da outra”, destacou Torres em depoimento à PF.

Entretanto, no depoimento Carrijo, o delegado contrariou a versão apresentada pelo bolsonarista. “QUE afirma que houve determinação do ex-MJSP ANDERSON TORRES para que ocorresse uma atuação conjunta da PF e PRF no segundo turno das eleições, o que, porém, não ocorreu”, afirmou.

No caso de Marília Ferreira, a delegada endossou a declaração de Carrijo, seu colega de pasta: QUE houve uma reunião (…) em que o MJSP sugeriu uma atuação conjunta da PF com a PRF nas eleições, sendo que a atuação não chegou a ocorrer, pois os próprios dirigentes das instituições sabiam que não era viável”, disse.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link
Yurick Luz
Yurick Luz, 24 anos, é redator no DCM desde 2022. Amante do futebol, são-paulino e entusiasta do mundo automotivo.