
O coronel e ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime está tentando utilizar o caso de Anderson Torres para conseguir sua liberdade. O militar está preso por suspeita de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando manifestantes bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.
Os advogados de defesa do policial militar solicitaram ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que estendam os efeitos da decisão que renovou a prisão preventiva do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
“Tendo em vista a desnecessidade do encarceramento, requer-se a extensão dos efeitos da decisão que concedeu liberdade provisória a ANDERSON GUSTAVO TORRES”, pediram os advogados Gustavo Mascarenhas e Vinicius Gomes de Carvalho Vasconcellos, de acordo com o jornal O Globo.
Com a soltura de Torres, Naime se torna o último integrante da cúpula de segurança do Distrito Federal que ainda está preso. Os representantes do coronel alegam que ele está preso pelos mesmos motivos do ex-ministro da Justiça e que a prisão não faz mais sentido.
“A prisão, mantida para preservar as investigações, não faz mais sentido a esta altura, considerados os depoimentos colhidos, laudos e perícias já produzidas neste inquérito e em processos diversos”, completou a defesa do militar, que está atrás das grades desde o dia 7 de fevereiro.

Já na decisão que determina a liberdade de Anderson Torres, Alexandre de Moraes aponta que não enxerga mais razões para que ele continue preso, pois a prisão preventiva já teria alcançado sua finalidade.
“As razões para a manutenção da medida cautelar extrema em relação a Anderson Gustavo Torres cessaram, pois a necessária compatibilização entre a Justiça Penal e o direito de liberdade demonstra que a eficácia da prisão preventiva já alcançou sua finalidade”, argumentou Moraes.