
Nesta terça-feira (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) irá depor à Polícia Federal (PF), em Brasília, no inquérito que investiga um suposto esquema de adulteração de dados no sistema do Ministério da Saúde, em relação a cartões de vacinação e comprovantes de imunizantes contra a Covid-19.
O esquema, além do próprio ex-capitão, teria beneficiado a filha dele, Laura Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e outros familiares.
Com o depoimento do ex-mandatário, a PF espera saber se Bolsonaro tinha conhecimento sobre o esquema e se partiu dele a ordem de acesso ao sistema da pasta, onde foram inseridos ou modificados os dados sobre os imunizantes nos cartões.
A expectativa, no entanto, é a de que Bolsonaro mantenha a versão de que não tinha conhecimento. Para se livrar de possíveis provas que tenham sido encontradas em seu celular pela PF, deve dizer que Mauro Cid tinha acesso e mexia em seu telefone sem sua permissão. Além disso, o ex-chefe de estado espera que na próxima quinta-feira (18), ao depor, Cid diga que fez sozinho a adulteração, sem conhecimento do então presidente.
Durante a realização das investigações da operação, nomeada de Operação Venire, no dia 3 de maio, a PF fez buscas na casa de Bolsonaro, em Brasília, na tentativa de encontrar provas do envolvimento do ex-presidente no esquema. Na ocasião, o telefone dele foi apreendido e Mauro Cid foi preso por envolvimento no esquema fraudulento.
O motivo pelo qual Bolsonaro depõe hoje, cerca de 13 dias após a ação, deve-se ao fato de sua defesa ter alegado que eles necessitavam ter conhecimento pleno a respeito das investigações antes do ex-chefe de estado conversar sobre o ocorrido.
No mesmo dia da autuação em sua residência, Bolsonaro falou à imprensa e reafirmou que não se vacinou contra a Covid e disse que não houve adulteração nos dados do cartão dele e da filha, Laura.
