
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que está prestes a completar 40 anos de lutas, pressiona o governo do presidente Lula (PT) por uma reforma agrária que distribua lotes menores, próximos dos grandes centros urbanos, para a produção de alimentos de qualidade. As informações são da Folha de S. Paulo.
O MST pretende, também, adquirir tratores chineses de pequeno porte, modernos, produzidos pela empresa Sifang, que atualmente fabrica mais de 60 mil máquinas agrícolas para 50 países. Um dos líderes do movimento, João Pedro Stedile, esteve na China recentemente e acompanha as tratativas de um acordo entre o país, por meio da Universidade Agrícola da China, e o Consórcio do Nordeste, para a doação dos equipamentos, que serão destinados à agricultura familiar.
Especialistas dessa universidade estarão no Brasil em julho, para testar no Nordeste a viabilidade de algumas máquinas com o acompanhamento de instituições de pesquisa e universidades da região. O MST deseja que parte do equipamento seja testada em assentamentos do movimento. Há, ainda, a expectativa de que, em um segundo momento, o governo chinês invista sua tecnologia em uma fábrica no Brasil para a produção desse maquinário de pequeno porte, como motocultivadores, microtratores, roçadeiras, plantadeiras e semeadeiras.
Alexandre Lima, secretário do Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte e coordenador dessa área no Consórcio do Nordeste, que esteve na China para a negociação, afirma que os testes começarão pelo seu estado. Ele destaca, em nota, que “a importação é para a testagem”. “O que os estados querem é o repasse de tecnologia e a instalação de fábricas no Nordeste”, diz.
Ainda de acordo com dirigentes do MST, o governo Lula quer lançar um plano nacional de mecanização da agricultura familiar, o que, por enquanto, deve ser feito por meio de linhas de crédito para que os produtores comprem os equipamentos.
