Lula critica exigências no acordo com União Europeia: “Premissa é de confiança”

Atualizado em 12 de junho de 2023 às 18:06
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Ricardo Stckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta segunda-feira (12) um dispositivo que prevê sanções no acordo da União Europeia com o Mercosul.

A declaração ocorreu durante coletiva de imprensa ao lado da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Palácio do Planalto.

“Expus à presidente Van Der Leyen as preocupações do Brasil com o instrumento adicional ao acordo apresentado pela União Europeia em março deste ano, que amplia as obrigações do Brasil e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento”, disse Lula.

“A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua e não de desconfiança e sanções”, acrescentou.

Lula ainda disse que a União Europeia aprovou nos últimos anos leis que modificam o equilíbrio do tratado comercial. “A União Europeia aprovou leis próprias com efeitos extraterritoriais e que modificam o equilíbrio do acordo. Essas iniciativas representam restrições potenciais às exportações agrícolas e industriais do Brasil”, afirmou.

“Reiterei com von der Leyen o desejo do meu governo de construir uma agenda bilateral positiva. Com cooperação ativa, podemos abrir horizontes benéficos em diversas áreas. O caminho deve ser a formação de parcerias para o desenvolvimento sustentável”, disse Lula.

Van Der Leyen, por sua vez, declarou que ambos acreditam que é hora de concluir o acordo, que está em discussão desde 1999 e foi assinado em 2019, mas ainda necessita da ratificação dos países.

“Nós concordamos que é o tempo de concluirmos o acordo do Mercosul com a União Europeia. Espero que ele esteja concluído até o final deste ano. O acordo é muito mais que um acordo de comércio. Estamos dispostos a ouvir o que o Brasil tem a dizer, pois somos parceiros e vamos trabalhar juntos”, garantiu.

Após a reunião, a presidente da Comissão Europeia anunciou investimentos de 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia e de 2 bilhões de euros para apoiar a produção brasileira de hidrogênio verde.

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