Atos terroristas: Marcos do Val teve acesso em janeiro aos relatórios da Abin sobre o 8 de janeiro

Atualizado em 16 de junho de 2023 às 6:56
O senador bolsonaritsa Marcos do Val (Podemos-ES)- Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES) teve acesso, já no final de janeiro, ao relatório que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enviou à comissão do Congresso que controla os órgãos de inteligência do governo federal. Nele, continham mensagens alertando, dias antes dos atos do dia 8, sobre o risco de invasão das sedes dos Três Poderes.

De acordo com fontes da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), que reúne deputados e senadores, Do Val foi o segundo a ter acesso aos papéis, logo depois que eles chegaram à comissão, no dia 20 de janeiro. A informação é da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.

O senador Esperidião Amin (PP-SC), no entanto, foi o primeiro a ter acesso aos papéis, no dia 21 de janeiro. Vale destacar que esse primeiro relatório da Abin estava disponível em papel e em formato digital, que podia ser aberto mediante a apresentação de uma senha específica.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) – Foto: Pedro França/Agência Senado

Do Val foi alvo de uma ordem de busca e apreensão assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (15). Ele está sendo investigado por tentativa de golpe de estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Apesar de sigilosa, um dos fatos que teria baseado o pedido da PF foi a divulgação das cópias dessa versão do relatório enviada em janeiro à comissão do Congresso. Entretanto, foi constatado que o primeiro documento, enviado pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Gonçalves Dias, não traz os onze alertas que o magistrado recebeu no próprio celular.

Sob novo comando e subordinada à Casa Civil, a Abin enviou uma versão diferente do documento, que agora trazia os alertas feitos por Dias. A determinação do envio desse novo relatório à comissão foi feita no final de maio por Moraes, que atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

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