Brasil firmou contrato secreto com ditadura saudita para fábrica de explosivos por lá

Atualizado em 17 de junho de 2023 às 18:41
Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, e Jari Bolsonaro em 2019. Foto: Reprodução

O Brasil firmou um acordo secreto com a Arábia Saudita para a construção de fábrica de explosivos militares. A autorização para a venda de equipamentos e serviços ao regime saudita foi concedida na reta final da gestão de Michel Temer (MDB), porém as principais etapas da construção se desenvolveram sobre o governo de Jair Bolsonaro (PL). A informação é do Estadão.

As plantas foram criadas por uma empresa brasileira sob demanda da ditadura saudita que pretende, até 2030, “suprir toda a demanda militar” do país por explosivos e espoletas de detonação de bombas.

Entre 2017 e 2018 foram dez pedidos, sendo oito autorizados. Durante o governo Bolsonaro, foram 21 pedidos de empresas, dos quais 17 foram deferidos. Antes de 2017 não houve solicitações.

A empresa que pediu e recebeu autorização do governo brasileiro para fechar o contrato com os sauditas é a Mac Jee, com sede em São José dos Campos, em São Paulo. A estrutura montada na Arábia Saudita tem cerca de 500 mil metros quadrados e fica dentro da Saudi Chemical Company Limited (SCCL).

A fábrica produz TNT e RDX. Todo o processo de autorização e de contratação é protegido por sigilo.

No período da construção da fábrica de explosivos e do aval a novos acordos com os sauditas, comitivas de Bolsonaro e do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foram recebidas em Riade para agendas variadas. Em uma delas, joias sauditas foram entregues a Bento, que tentou entrar com elas ilegalmente no Brasil.

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