Brasil registra queda de homicídios; região Sudeste é exceção

Atualizado em 20 de junho de 2023 às 19:28
Homem segurando arma. Foto: Reprodução

O número de assassinatos no Brasil caiu 0,7%, segundo o índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base nos dados oficiais de 26 estados e do Distrito Federal. Esse é o menor patamar de toda a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) pelo segundo ano seguido.

Foram 10,2 mil assassinatos nos primeiros meses de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado.

Estão contabilizados no número as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

Em 2022, o Brasil teve uma queda de 1% no número de assassinatos, segundo levantamento do Monitor da Violência. Foram registradas 40,8 mil mortes violentas em todo o país, com uma média de 110 vítimas por dia. Em 2021, foram 41,2 mil.

Segundo especialistas do FBSP e do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), o menor número de mortes é motivado por um conjunto de fatores, incluindo: mudanças na dinâmica do mercado de drogas brasileiro; maior controle e influência dos governos sobre os criminosos; apaziguamento de conflitos entre facções; políticas públicas de segurança e sociais; e redução do número de jovens na população.

Os dados apontam que todas as regiões do país tiveram queda nos assassinatos no início desse ano – com exceção do Sudeste, que teve um amento de 8,7%. Foram 2.739 assassinatos no Sudeste no primeiro trimestre de 2023, mais de 200 mortes a mais que no mesmo período do ano passado.

Todos os estados do Sudeste tiveram alta, com destaque para o Rio de Janeiro, que teve quase 16% a mais de mortes no período.

Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro da Segurança Pública, avalia que a alta no estado carioca se deve a uma nova guerra em curso, por território, entre uma facção criminosa e milicianos.

Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar no Rio também informou que a alta se deve às “disputas territoriais entre grupos criminosos rivais, principalmente na Zona Oeste da Cidade do Rio”. Esses números, segundo a secretaria, “representam o elevado grau de resistência por parte dos criminosos armados, que tornam a opção pelo confronto uma constante presente em diversas localidades espalhadas por todo o território fluminense”.

Além do Rio e do Sudeste como um todo, outros estados do país também tiveram aumento de violência no começo deste ano. No Amapá, por exemplo, o número de mortes passou de 54 para 101, um aumento de 87%.

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