
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) inicia, nesta quinta-feira (22), o julgamento da ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, o deixando de fora do próximo pleito.
Os ministros vão analisar uma reunião realizada pelo ex-capitão com embaixadores de países estrangeiros no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado. Na ocasião, o ex-chefe do Executivo atacou, sem provas, o sistema de votação brasileiro, as urnas eletrônicas e levantou suspeitas sobre o processo eleitoral.
A Corte Eleitoral analisa uma ação de investigação judicial eleitoral (Aije) protocolada pelo PDT, que viu irregularidades na reunião de Bolsonaro com embaixadores. O partido afirmou que o ex-mandatário usou o evento para fazer campanha. O ex-candidato a vice-presidente, Walter Braga Netto, também é réu no processo.

O TSE reservou três sessões para o julgamento. Além desta quinta, haverá sessões nas próximas terça (27) e quinta-feira (29), o que indica que a votação não deve terminar hoje. A ação tem como relator o corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves.
O magistrado incluiu entre as provas a minuta do golpe, um documento encontrado na casa do ex-ministro da justiça, Anderson Torres, que propunha decretar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para anular o resultado das eleições que deram a vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além de Benedito, devem participar do julgamento os ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia (vice-presidente), Nunes Marques e Alexandre de Moraes (presidente). Pode haver pedido de vista, ou seja, mais tempo para análise, vindo de ministros logo após o voto do relator.