O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou, nesta sexta-feira (23), como “ameaça” o dispositivo do acordo entre o Mercosul e a União Europeia que prevê sanções em caso de descumprimentos de obrigações par parte dos países participantes. A declaração foi feita durante a “Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global” em Paris, na França.
“Eu estou doido para fazer um acordo com a União Europeia. Mas não é possível, a carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível, que nós temos uma parceira estratégica, e haja uma carta adicional que faça ameaça a um parceiro estratégico”, disse.
A União Europeia enviou ao Mercosul um documento com “instrumentos adicionais” a serem acrescentados no acordo. São esses instrumentos adicionais que chefe do Executivo classificou como ameaça.
O acordo entre os dois blocos é negociado desde 1999. Em 2019, foram finalizadas as negociações comerciais e, em 2021, as relacionadas a aspectos políticos e de cooperação. Vale destacar que a política ambiental do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dificultou a negociação. O acordo está em fase de revisão.
O mandatário está em Paris desde a última quinta-feira (22), após dois dias de agendas em Roma e no Vaticano, onde encontrou o Papa Francisco e os principais líderes políticos da Itália. Ontem, Lula discursou para uma multidão no festival Power Our Planet, em frente à Torre Eiffel. Ele disse que os países que fizeram a revolução industrial poluíram o planeta e têm uma “dívida histórica”.
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