Coronel nega golpismo e diz que aguardava mensagem de Bolsonaro para “apaziguar o país”

Atualizado em 27 de junho de 2023 às 11:22
O coronel Jean Lawand Júnior em depoimento à CPMI do 8 de janeiro – Foto: Reprodução

Em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas nesta terça-feira (27), o coronel Jean Lawand Junior negou ter sugerido um golpe de Estado contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que queria uma mensagem “apaziguadora” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em mensagens apreendidas pela Polícia Federal (PF), o bolsonarista pede para que o tenente coronel Mauro Cid convencesse o então presidente a dar uma “ordem” ao Exército. À CPI, no entanto, Lawand disse que conversava com Cid apenas para “entender o que estava acontecendo”.

“A ideia minha desde o começo era que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo, as pessoas voltarem às suas casas e seguirem a vida normal”, afirmou. “O ex-presidente Bolsonaro tinha uma liderança sobre a população, pelo menos sobre seu eleitorado.”

“Afirmo aos senhores que em nenhum momento eu falei sobre golpe. Em nenhum momento atentei contra a democracia brasileira. Em nenhum momento eu quis quebrar, destituir, agredir qualquer uma das instituições”, disse o coronel em resposta aos questionamentos da relatora da CPI, senadora Eliziane Gama (PSD-AM).

Para Eliziane, a versão de Lawand não condiz com o conteúdo encontrado no celular de Cid. “Me desculpe, coronel, mas não tem sentido, considerando o conteúdo das suas mensagens”, afirmou. “O senhor não pode infantilizar essa comissão.”

Vale destacar que as mensagens citadas pela PF são do período entre 27 de novembro de 2022 e 4 de janeiro de 2023. Em uma delas, o simpatizante do ex-mandatário pede “pelo amor de Deus” para que o ex-presidente dê a ordem para o golpe.

“Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele [Bolsonaro] dê a ordem que o povo tá com ele, cara. Se os caras não cumprir, o problema é deles. Acaba o Exército Brasileiro se esses cara não cumprir a ordem do, do Comandante Supremo. Como é que eu vou aceitar uma ordem de um General, que não recebeu, que não aceitou a ordem do Comandante. Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer”, disse Lawand.

Lawand recorreu ao STF para não prestar depoimento. A ministra Cármen Lúcia, entretanto, entendeu que ele deveria comparecer à sessão, mas poderia ficar em silêncio para não produzir provas contra si mesmo.

Assista abaixo: 

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link