“Existem documentos que comprovam o pagamento da taxa de proteção”, diz Tacla Duran sobre a Lava Jato

Atualizado em 29 de junho de 2023 às 19:33
Rodrigo Tacla Duran fala sobre “taxa de proteção” da Lava Jato. Foto: Reprodução/UOL

O advogado Rodrigo Tacla Duran diz que existem documentos que comprovam que a Lava Jato exigia pagamento como uma “taxa de proteção”. Segundo ele, advogados pediam cerca de US$ 50 mil por mês e ameaçavam prender e perseguir pessoas e empresas em processos da força-tarefa.

Acusado de lavagem de dinheiro, ele diz que o ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR) e o ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol eram citados por intermediários como pessoas que tinham conhecimento sobre o acordo. Ele diz que chegou a depositar valores, mas que decidiu suspender os pagamentos porque eles “continuavam pressionando por mais dinheiro”.

“Na situação que eu estava naquele momento, não tinha por que eu fazer um acordo de delação, porque eu não tenho crime para delatar. Eu era advogado da empresa. Eles queriam informação de empresas e queriam me pressionar para isso como advogado. E eu não aceitei. E vieram as intimidações, ameaças de prisão”, contou ao UOL Entrevista.

Senador Sergio Moro (União-PR) e o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Foto: reprodução

Ele diz que Deltan e Moro criam obstáculos para que ele não preste depoimento no Brasil e se beneficiam da situação. Por isso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli concedeu um habeas corpus preventivo para que ele venha ao país sem risco de ser preso e anulou as provas contra o advogado com base no acordo de leniência da Odebrecht.

“Eu já morava fora do Brasil quando falei por telefone, da última vez que conversei com o Deltan. Entre muitas ameaças, de que eu estava foragido e ia ser preso – ele sabe como foi a conversa – eu disse a ele: ‘vamos ao processo’. E de todas as formas tentou me convencer a fazer um acordo. Eu avisei que iria às últimas consequências, e ele sabe o que existe, sabe o que se passou. Existem outros documentos que comprovam o pagamento da taxa de proteção”, prossegue.

Tacla Duran diz que Moro precisa ser investigado e pode ser preso “pelo conjunto da obra”. “Foram interlocutores que fizeram. Se eles podiam entregar o que eles venderam, evidentemente isso atinge o Sergio Moro. E, por isso, tem que ser investigado”, afirma.

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