
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliam que a inelegibilidade decretada por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última semana, é só a “ponta do iceberg” de uma série de reveses que ainda virão nas diversas instâncias judiciais. A informação é da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
No Tribunal de Contas da União (TCU), o PL, partido do ex-mandatário, já dá como certa a aplicação de uma multa para ressarcir os cofres públicos dos gastos com a reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio do Planalto. Na ocasião, ele atacou, sem provas, o sistema eleitoral brasileiro.
O indiciamento do próprio Bolsonaro no caso das milionárias joias sauditas, os novos desdobramentos do inquérito das milícias digitais, das fake news, dos atos terroristas de 8 janeiro e o aprofundamento da apuração sobre fraude na carteira de vacinação, estão incluídos nessas projeções feitas por aliados do ex-capitão.
No entorno do ex-presidente, outro receio é com a saída de Augusto Aras do comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) para a entrada de um subprocurador que não sirva mais de blindagem ao clã Bolsonaro, além desse novo PGR apresentar denúncias contra Bolsonaro no âmbito das investigações que seguem no STF sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

Há ainda as outras 15 ações contra o ex-chefe do Executivo que aguardam julgamento no TSE e apuram abusos cometidos na última campanha eleitoral. Segundo a colunista, um interlocutor frequente de Bolsonaro diz aguardar o ex-capitão na cadeia até o fim do ano. “Bolsonaro vai perder tudo e está morto até 2030”, afirmou.
Vale destacar que integrantes da cúpula do PL e da equipe jurídica do ex-mandatário minimizam as chances de uma possível prisão, alertando para o potencial de uma decisão nesse sentido provocar tumulto nas ruas, gerar instabilidade e incendiar o país.
Na última semana, o TSE, por 5 votos a 2, condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O tribunal, no entanto, ordenou que a decisão fosse remetida ao TCU, à PGR e ao STF para avaliação de possíveis prejuízos aos cofres públicos e consequências no âmbito criminal.