O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou que uma investigação sobre ex-assessor de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, seja enviada à Corte. O magistrado atendeu a um pedido do próprio parlamentar, que fez a solicitação na última terça (4). A informação é do jornal O Globo.
A decisão está sob segredo de Justiça. A Polícia Federal já havia decidido enviar a investigação, chamada de Operação Hefesto, para o STF. O inquérito apura fraudes em compras de kit de robótica em escolas de Alagoas. O envio ocorreu após investigadores encontrarem anotações de pagamentos com referência a “Arthur”.
Os documentos foram apreendidos em endereços ligados a Luciano Cavalcante, ex-assessor do presidente da Câmara e um motorista, Wanderson Ribeiro Josino de Jesus, que presta serviços há mais de cinco anos.
Segundo o motorista executivo, ele desempenhava outras tarefas além de dirigir: realizava pagamentos e depósitos em espécie a destinatários indicados por Cavalcante. Ele diz que as informações eram anotadas em uma planilha e registradas em mensagens de celular, mas alega não saber a origem dos valores.
Wanderson foi um dos alvos de busca e apreensão da PF. Durante a ação, agentes apreenderam R$ 150 mil com o motorista, que alegou que os valores pertenciam a Cavalcante. Policiais Federais ainda encontradam anotações de pagamento que indicavam datas , valores, supostos destinatários e o nome ao qual cada item estava atrelado.
Em um desses registros, constava o nome “Arthur” e o valor de R$ 100 mil, sem mais detalhes. Em outras anotações, o nome aparece relacionado a R$ 30 mil em 15 de abril e associado a um hotel luxuoso dois dias depois.