
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro negou ter discutido um plano golpista com o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e com o ex-deputado Daniel Silveira para gravar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A oitiva durou cerca de duas horas e ocorreu na sede da corporação em Brasília. A informação é do g1.
Ele confirmou que teve um encontro com os bolsonaristas no Palácio da Alvorada, mas alegou que “nada foi falado” sobre o tema. Ele é investigado em inquérito que apura declaração do senador sobre articular suposta trama golpista para gravar uma fala comprometedora do magistrado que pudesse causar a nulidade das eleições de 2022.
Após a oitiva, Bolsonaro conversou com jornalista e falou sobre o depoimento. Ele disse que “não tinha nenhum vínculo” com Do Val e que o senador é quem deve responder por seus atos.
“Não tinha nenhum vínculo com o senhor Marcos Do Val, talvez fotografia, o que é comum entre nós. Nada foi tratado, não tinha nenhum plano, naquela reunião de aproximadamente 20 minutos, para alguém gravar o ministro Alexandre de Moraes. Por que eu ia articular alguma coisa com o senador? O que tratou a reunião? Nada. Minha transição foi pacífica. Ninguém do PT questionou que não foi bem recebido e teve acesso. Tudo foi passado. Ele que responda pelos atos dele”, afirmou.
O senador acusou o ex-presidente e o ex-deputado de organizarem a reunião. Ele apresentou diversas versões sobre o encontro posteriormente. Inicialmente, afirmou que Bolsonaro colocou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a entrega de escutas. Pouco depois, no entanto, ele atribuiu a fala a Silveira e que o ex-presidente apenas “ouviu tudo e ficou calado”.