
A Polícia Federal acionou, nesta segunda-feira (17), a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) para acelerar o recebimento dos vídeos que mostram o trio de bolsonaristas, Roberto Mantovani, Andreia Mantovani e Alex Zanatta, hostilizando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Roberto teria desferido um soco no filho do juiz.
A PF entende que esse conteúdo possa esclarecer os detalhes do incidente e acelerar as investigações. No entanto, o acesso a essas imagens não é uma tarefa fácil. A administração do Aeroporto Internacional de Roma afirmou ter as imagens do ocorrido, mas que as gravações ficam sempre sob sigilo, e para acessar, a PF precisa formalizar um pedido e apresentar uma justificativa sólida para convencer as autoridades italianas a cooperar.
Ao envolver a Interpol, a Polícia Federal busca facilitar a obtenção das imagens, contando com o aval da organização internacional para fortalecer sua solicitação junto às autoridades italianas.
Além disso, a PF também acionou o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça e Segurança Pública para auxiliar nas negociações com as autoridades italianas. Embora o governo italiano não seja obrigado a enviar as imagens para o Brasil, o ministro Flávio Dino acredita que a Itália colaborará com a justiça brasileira, sem enfrentar muitos problemas nesse sentido. No entanto, ainda não há um prazo definido para a conclusão desses trâmites.
Mais cedo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que as imagens do ataque contra Alexandre de Moraes e seus familiares no chegarão ao Brasil até sexta (21).

No relato à PF, Moraes afirmou que a confusão começou quando Andreia se aproximou dele e o chamou de “bandido, comunista e comprado”. Em seguida, o marido da bolsonarista, o empresário Roberto Mantovani Filho, “passou a gritar e, chegando perto do meu filho, Alexandre Barci de Moraes, o empurrou e deu um tapa em seus óculos. As pessoas presentes intervieram e a confusão foi cessada”.
Em depoimento à PF no último domingo (16), Zanatta negou ter atacado o ministro e sua família. Já Roberto e Andreia, em nota, pediram desculpas ao ministro pelo “mal-entendido”. O casal bolsonarista alega que as ofensas teriam sido proferidas por outra pessoa, e não por Andreia, que teria sido atacada por duas pessoas que acompanhavam o ministro na viagem.