
O ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos) ignorou o alerta de que estava agindo ilegalmente no acordo com os Estados Unidos para dividir o dinheiro que seria cobrado da Petrobras em multas e penalidades por causa da corrupção. As informações são dos jornalistas Leandro Demori e Jamil Chade, do UOL. informação é do colunista Jamil Chade, do UOL.
Em um diálogo de 11 de fevereiro de 2016, o procurador Vladimir Aras, então diretor da Secretaria de Cooperação Internacional (SCI) da Procuradoria-Geral da República (PGR), alertou Deltan sobre seus procedimentos ao permitir a operação dos agentes americanos no Brasil.
“A questão não é de conveniência. É de legalidade, Delta. O tratado tem força de lei federal ordinária e atribui ao MJ a intermediação. Estamos negociando com o Senado um caminho específico para os casos do MPF. Por ora, precisamos observar as regras vigentes”, escreveu Vladimir.

As conversas entre procuradores suíços e brasileiros aconteceram por mais de três anos pelo aplicativo Telegram e não eram registradas oficialmente. Elas aconteciam por causa do papel das autoridades de Berna na busca das contas usadas como destino das propinas investigadas na Operação Lava Jato. Para ambos os lados, foi considerado estratégico envolver a Justiça americana.
“Eles disseram que se a Petrobras pagar algo ao governo brasileiro em um acordo, eles creditariam isso para diminuir sua penalidade, e que o valor poderia ser algo como 50% do valor do dinheiro pago nos EUA”, resumiu Dallagnol em uma das mensagens.
Os chats fazem parte dos arquivos apreendidos pela Polícia Federal (PF) durante a operação Spoofing, que investigou o hackeamento de procuradores e também do ex-juiz Sergio Moro. O caso ficou conhecido como Vaza Jato.