Coaf diz que empresa investigada por pagar despesas de Michelle Bolsonaro movimentou R$ 32 milhões

Atualizado em 28 de julho de 2023 às 6:53
Michelle Bolsonaro – Foto: Reprodução

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) afirma que houve uma movimentação “incompatível” de recursos nas contas de uma empresa investigada por supostamente financiar despesas pessoais da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A informação é do Estadão.

A “Cedro do Líbano Comércio de Madeira e Materiais para Construção” recebeu R$ 16,6 milhões e desembolsou R$ 16,6 milhões entre o começo de janeiro de 2020 e o fim de abril deste ano. A movimentação de R$ 32,2 milhões, no entanto, foi considerada incompatível com o porte, o patrimônio, a atividade e a capacidade financeira da empresa.

“Chama atenção a aparente incompatibilidade entre o porte/estrutura, vis à vis o volume transacionado a crédito no período analisado, o que supostamente pode demonstrar que cliente esteja utilizando a conta para transacionar recursos provenientes de atividades não declarada”, diz o relatório do Coaf.

Vale destacar que os dados sobre a movimentação financeira “atípica” da empresa foram enviados à CPMI do 8 de janeiro. A Cedro é investigada em um inquérito da Polícia Federal (PF), em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

A empresa fez duas transferências bancárias, de R$ 8.330,00 cada, para o sargento Luís Marcos Dos Reis, um dos militares da equipe de tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele está preso preventivamente no caso das supostas fraudes no cartão de vacinação do ex-mandatário.

Segundo-sargento Luis Marcos dos Reis é um dos suspeitos de participar do suposto esquema que adulterou dados de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e auxiliares
sargento Luís Marcos Dos Reis – Foto: Reprodução

Além disso, a Cedro do Líbano fechou contratos com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), durante o governo do ex-capitão, o que a colocou na mira da PF quanto da CPMI.

A empresa, criada em 2008 e sediada em Goiânia, recebeu do governo federal R$ 299 mil entre 2020 e 2022. Desse valor total, R$ 188.000 foram pagos pela Codevasf. A Companhia, entretanto, informou que o montante se referia à compra de “quatro plantadeiras e adubadeiras mecanizadas” para um projeto no Amapá.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link

Yurick Luz
Yurick Luz, 24 anos, é redator no DCM desde 2022. Amante do futebol, são-paulino e entusiasta do mundo automotivo.