Christina Hendricks, a secretária de Mad Men, falou com o Diário sobre sua carreira e suas formas generosas, que fogem ao padrão de beleza atual.

Ela se tornou uma figura emblemática em uma das melhores séries de TV. Como Joan, a poderosa secretária de Mad Men, Christina Hendricks se tornou o símbolo sexual retrô do nosso tempo. Em uma época de atrizes magras e imagens irreais de mulheres, a atriz de 38 anos assumiu sua sexualidade e suas formas generosas.
“Há muito tempo compreendi que apelo sexual se resume a projetar confiança e charme”, diz Hendricks. “Joan entende a política do escritório melhor do que ninguém e ela se apresenta com orgulho e equilíbrio. Mesmo que alguns dos homens se sintam ameaçados por ela, Joan não se intimida. Ela tem uma aura de comando.”
Agora em sua sexta temporada, Mad Men rendeu a Hendricks o papel de sua vida. Mas ela não tem muito com o que se preocupar quando a série terminar. Está fazendo a protagonista na estreia na direção de Ryan Gosling, “How to Catch a Monster”, e trabalha ao lado de Brendan Fraser e Kristen Scott Thomas no filme mais recente de Neil LaBute, “Segundos de Prazer”.
Nesse meio tempo, assinou um contrato lucrativo como porta-voz da campanha do uísque Johnnie Walker. Hendricks é, na verdade, uma loira natural que tingiu o cabelo de vermelho aos 10 anos depois de ver um filme canadense. Vive em Los Angeles com o marido, o ator Geoffrey Arend, com quem se casou em outubro de 2009.
Christina, qual a sensação de interpretar uma das personagens mais faladas da televisão?
Estou feliz de ter tido a chance de interpretar uma mulher incrivelmente interessante numa série como essa. É o tipo de mulher forte e determinada.
Você dormiria com alguém, como fez Joan, para conseguir a sociedade numa empresa?
Eu acho que isso foi mais chocante para o público do que para mim… Minha opinião é que ela fez o que tinha que fazer para conseguir criar o filho. Não foi ideia dela, foi sugestão de alguns dos sócios. Portanto, não era uma coisa que ela estivesse ansiosa ou animada em fazer, embora, para mim, esse tenha sido um dos momentos mais dramáticos da série. No geral, eu acho que o público entendeu e respeitou sua decisão.
Meu papel cresceu no seriado. É muito difícil prever como Mad Men vai evoluir e estamos sendo constantemente surpreendidos com nossos personagens e a história. Matt (Matthew Weiner, o criador) gosta de nos manter em suspenso, mas ao longo dos anos eu o tenho perturbado no telefone para que ele me fale das próximas temporadas.
Seu corpo é diferente do padrão atual. Isso já a incomodou?
Eu dou crédito a minha mãe, que me disse para sempre me sentir bem com a minha aparência e não me sentir envergonhada. Nunca me senti gorda. Comecei como modelo e quando fui para a Itália fazer meu portifólio eu ganhava dinheiro suficiente para comer todas as massas e tomar todos os cappuccinos que podia. Eu vi meu corpo mudar e amei o que aconteceu com ele.
O New York Times chegou a chamá-la de gorda…
Aquilo foi rude. Eu sei que a jornalista estava fazendo seu trabalho, mas foi idiota e me magoou. Toda mulher é obcecada com suas formas, mas eu estava feliz, eu me sentia sexy, tinha voltado da lua de mel – e nunca tinha pensado desta maneira no meu peso. Soa ingênuo, mas eu nunca esperei toda essa atenção. Os homens me olham e eu me orgulho disso. Eu sei que faço o tipo “gostosona” e há muito tempo decidi que não iria morrer de fome para tentar me transformar numa daquelas atrizes anoréxicas. Estou totalmente confortável com o meu corpo.