A árvore que Lula plantou no Alvorada antes do 7 de Setembro

Atualizado em 6 de setembro de 2025 às 17:14
Ao lado de Janja e da presidente da Embrapa, Lula plantou o cajueiro no Palácio da Alvorada: “Semear esperança para colher soberania”

Às vésperas do 7 de Setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou neste sábado (6/9) de um ato simbólico no Palácio da Alvorada: o plantio de um cajueiro. Ao lado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e da presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, Lula destacou que o gesto representa a confiança no futuro do país.

“Plantar é acreditar no futuro. Cuidar do presente para garantir uma colheita que vai muito além da gente. Assim é também com o Brasil: semear esperança para colher soberania e dignidade para o nosso povo”, declarou o presidente, em vídeo divulgado pelas redes sociais. O ato ocorreu no jardim do Alvorada, residência oficial da Presidência da República.

Janja também aproveitou o momento para fazer uma alusão política ao cenário atual. Segurando a muda, chamou o fruto de “legítimo caju soberano”, em referência ao tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros. A medida foi determinada pelo presidente Donald Trump no início de agosto, em meio às críticas de Washington ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).

O gesto simbólico ocorre um dia antes das celebrações oficiais do Dia da Independência, que neste ano terão forte carga política. Em Brasília, são esperadas 30 mil pessoas para o desfile cívico-militar, evento que contará com a presença de Lula e de ministros. Paralelamente, movimentos bolsonaristas convocaram atos em favor da anistia aos réus do 8 de Janeiro.

O plantio do cajueiro também reforça a agenda de valorização da agricultura nacional e da pesquisa científica, em linha com a atuação da Embrapa. Segundo o governo, a escolha do cajueiro remete à cultura nordestina e ao potencial do fruto para a economia e para a exportação. A produção de caju e castanha tem importância crescente para pequenos agricultores em estados como Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte.

O simbolismo político, no entanto, foi o destaque do ato. Em meio à pressão internacional e às tensões internas sobre a anistia de Bolsonaro, Lula utilizou o cajueiro como metáfora para reafirmar seu discurso de soberania e resistência. O gesto buscou projetar uma mensagem de união nacional na véspera do feriado mais emblemático do calendário cívico brasileiro.