A borduna de Bolsonaro virou pirulito tapa na cara. Por Moisés Mendes

Atualizado em 1 de maio de 2020 às 9:13
O presidente Jair Bolsonaro – Mauro Pimentel/AFP

PUBLICADO NO BLOG DE MOISÉS MENDES

POR MOISÉS MENDES

Bolsonaro começa a deixar claro o que acha que é ou pretende ser com sua aposta na radicalização do discurso de extrema direita:

“Se eu levantar a borduna, todo mundo vai atrás de mim e eu não fiz isso ainda”.

Foi o que disse em café da manhã com os jornalistas Sergio Dávila e Leandro Colon, da Folha. É uma ameaça com arma de índio, logo ele que deprecia tanto os povos da Amazônia e pretende tomar suas terras.

Mas a situação de Bolsonaro não está fácil. O DataFolha assegura hoje que o contingente que olha para a borduna dele é muito menor do que aquele um terço que aparece nas pesquisas.

O núcleo duro do bolsonarismo, a turma que o apoia de forma incondicional, seria de apenas 12% do eleitorado. Quantos desses seguiriam a borduna? E o que, afinal, significa hoje essa borduna meio mole?

A turma do Queiroz sabe? Os militares sabem? Sergio Moro conhece a borduna? Dávila, diretor de redação da Folha, e Colon não perguntaram a Bolsonaro o que a ameaça significa.

Faltou um Glenn Greenwald para fazer a pergunta.