PUBLICADO NO BLOG DE MOISÉS MENDES
POR MOISÉS MENDES
Bolsonaro começa a deixar claro o que acha que é ou pretende ser com sua aposta na radicalização do discurso de extrema direita:
“Se eu levantar a borduna, todo mundo vai atrás de mim e eu não fiz isso ainda”.
Foi o que disse em café da manhã com os jornalistas Sergio Dávila e Leandro Colon, da Folha. É uma ameaça com arma de índio, logo ele que deprecia tanto os povos da Amazônia e pretende tomar suas terras.
Mas a situação de Bolsonaro não está fácil. O DataFolha assegura hoje que o contingente que olha para a borduna dele é muito menor do que aquele um terço que aparece nas pesquisas.
O núcleo duro do bolsonarismo, a turma que o apoia de forma incondicional, seria de apenas 12% do eleitorado. Quantos desses seguiriam a borduna? E o que, afinal, significa hoje essa borduna meio mole?
A turma do Queiroz sabe? Os militares sabem? Sergio Moro conhece a borduna? Dávila, diretor de redação da Folha, e Colon não perguntaram a Bolsonaro o que a ameaça significa.
Faltou um Glenn Greenwald para fazer a pergunta.