A Caixa tem que explicar por que emprestou 1,4 bilhão a Eike

Atualizado em 17 de março de 2013 às 11:00

Dinheiro público tem que ser tratado com total transparência.

A fonte secou
A fonte secou?

O Estadão relata a preocupação do mercado financeiro com Eike Batista, o célebre brasileiro cuja ambição suprema é, ou foi, ser o maior bilionário do mundo.

Eike estaria devendo, apenas para quatro bancos, 7 bilhões de reais, dinheiro grosso mesmo para ele. De acordo com o Estadão, secou a fonte de empréstimos para Eike na praça.

O que merece atenção especial no caso é que um dos bancos é a Caixa Econômica. Estamos falando, portanto, de dinheiro público.

Em 2011, sempre segundo o jornal, a Caixa não aparecia nos balanços entre os credores. Agora está registrada uma dívida de 1,4 bilhão.

Durante décadas, a partir do golpe de 1964, o BNDES foi conhecido como “hospital de empresas”.

Empresários quebrados com boas conexões recorriam aos amigos do BNDES e eram salvos com recursos públicos que poderiam, por exemplo, construir escolas, hospitais e estradas.

Era um capitalismo atípico, em que não havia a sagrada concorrência e a inépcia gerencial era protegida – com grande prejuízo da sociedade.

A Caixa não pode ser o novo BNDES. Seria um monumental passo para trás para o país.

Para que não pairem dúvidas, o empréstimo dado pela Caixa a Eike tem que ser devidamente esclarecido e levado à voz rouca das ruas – nós, o povo.