
Cristiano Zanin, futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), não vai mais atuar em duas ações da Coligação Brasil da Esperança, do presidente Lula (PT), que pedem a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na quinta-feira (22), um dia depois da aprovação da nomeação no Senado, documentos solicitando a saída do advogado nos processos foram protocolados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As ações acusam Bolsonaro e aliados de abuso de poder político e econômico, além de uso indevido dos meios de comunicação durante o segundo turno das eleições do ano passado.
O primeiro processo aponta a existência de um “ecossistema de desinformação” que atuou para atacar Lula e promover a campanha de Bolsonaro. O caso ainda envolve os filhos do ex-presidente, Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro, como também parlamentares e youtubers bolsonaristas.
O outro processo acusa Bolsonaro e seu então candidato a vice, Walter Braga Neto, de conceder um “pacote de bondades” às vésperas das eleições como antecipação dos repasses do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás durante o segundo turno e pagamento de benefícios a caminhoneiros.
Os processos tramitam no STF e ainda não há uma data de julgamento, embora uma ala da Corte aponte a possibilidade de julgar mais duas ações que pedem a inelegibilidade de Bolsonaro até o fim deste ano.
Com a saída de Zanin, os casos ficarão nas mãos da equipe de sua esposa, Waleska Teixeira Martins, e do advogado Angelo Ferraro.
Um primeiro julgamento contra Bolsonaro foi iniciado nesta semana e analisa a reunião do ex-presidente com embaixadores estrangeiros no ano passado.
O julgamento será retomado na terça-feira (27), e o ministro Benedito Gonçalves, relator do caso, dará o primeiro voto. A tendência é pela condenação e inelegibilidade do ex-chefe do Executivo.