A canalhice da transferência uniu políticos e o STF contra a Lava Jato e servirá para libertar Lula. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 7 de agosto de 2019 às 18:57
O STF

O STF revogou, por 10 votos a 1, a transferência de Lula para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo.

Os ministros decidiram manter o ex-presidente na carceragem da PF em Curitiba até que a corte julgue a ação que questiona a imparcialidade de Sergio Moro no processo do triplex.

Relator da Lava Jato, Edson (Aha, uhu) Fachin foi o primeiro a votar a favor da suspensão. Os demais o seguiram.

Apenas o ministro Marco Aurélio Mello votou contra, entendendo que caberia ao TRF-4 o assunto.

A vingança vagabunda da República de Curitiba provocou reações na Câmara dos Deputados.

A ideia era, sim, pôr a vida de Lula EM RISCO. Humilha-lo enjaulando-o num presídio onde está Nardoni, os irmãos Cravinhos et caterva.

Rodrigo Maia (DEM-RJ), parlamentares do centrão e do PSDB, além dos políticos da esquerda, foram a Toffoli contra a arbitrariedade.

No plenário, o deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA) destacou que Lula é “um ex-chefe de Estado e merecia um outro tratamento”.

É uma derrota da Lava Jato, que procurava, com a manobra, atiçar os cachorros bolsonaristas sobre o Supremo e mudar de assunto no momento em que está nas cordas.

O Supremo indica que o Brasil não pode ficar refém da República de Curitiba.

Para Lula, é uma inflexão importante no humor do Supremo. Dallagnol não pode tudo. 

Cada minuto que Lula passa na cadeia é um escárnio e uma afronta ao Estado de Direito.

A vitória real será quando ele estiver solto. E passou da hora.

O 10 a 1 sinaliza que o Supremo entendeu que o fascismo não vai parar em Lula.

Chega. Basta.