O legítimo Presidente do Brasil @zehdeabreu fazendo juramento à Constituição. pic.twitter.com/3hmI6NOmAp
— Prof.Marcelo_Lira (@MarceloLira_ITZ) March 9, 2019
Mario Quintana dizia que o maior chato era o “perguntativo”. O poeta preferia “o chato discursivo ou narrativo, que se pode ouvir pensando noutra coisa.”
A autoproclamação de José de Abreu presidente da República pôs na avenida o chato narrativo de esquerda.
O ator está sendo “acusado” por uma gente sem humor de “não ter graça”, “dar fogo ao inimigo”, “desrespeitar o processo político”, ser “ridículo”, fazer “cortina de fumaça” (quem ainda suporta esse clichê?) etc.
Há quem o critique por sua “branquitude”. Pois é.
Não basta o momento ser tétrico, essa turma quer que cortemos os pulsos, vistamos preto e cubramos a cabeça de cinzas.
Está proibido dar risada do circo.
Abreu está sendo uma brisa de alegria para uma camada da população que estava triste e desanimada.
Uma virtude imensa de um ser humano é não se levar a serio.
Zé de Abreu faz isso. Seus detratores, à esquerda e à direita, não. Nada é pior do que alguém sem humor.
Abreu está protagonizando uma farsa escancarada num país de farsantes, cujo presidente se elegeu montado em fake news distribuídas para palhaços.

Embarcou numa onda boa inspirado no bufão venezuelano Juan Guaidó e está surfando.
“Sem querer, eu consegui furar uma bolha. Estava todo mundo apático, um descrédito total com essa desfaçatez do governo”, disse ao ser “aclamado” no aeroporto em sua chegada da Grécia.
“Vamos aproveitar esse momento pra botar fogo”.
Está combatendo o inimigo em seu terreno: nas redes e no teatro.
Bolsominions enlouquecem. Querem, sabe Deus por que motivo, colocá-lo na cadeia.
Alexandre Frota chegou a denunciá-lo (!?!) na Câmara.
Cada vídeo de seus “discursos” viraliza. Ele empolga muitas vezes mais que qualquer liderança de uma oposição sensaborona, incluindo Fernando Haddad.
Qual é o problema?
Se isso virar uma candidatura — tudo é possível —, aí são outros quinhentos.
Na vida real, no mês que vem provavelmente a bagunça e o hype acabam.
Até lá, antes de criticar José de Abreu, pergunte-se o que você propõe como alternativa para, digamos, agitar o debate e dar um refresco nesse lixo.
Se não tem nada, se é só patrulha, experimente carpir um lote.
