A ciclovia de Haddad versus a marginal de Serra, 80% mais lenta após 5 anos

Atualizado em 29 de março de 2015 às 11:20
Que gostoso (um dia chegamos a Los Angeles)
Que gostoso (um dia chegamos a Los Angeles)

 

 

A partidarização e a irracionalidade da discussão sobre as ciclovias de São Paulo desaguaram, na semana passada, num pedido da promotora Camila Mansour Magalhães da Silveira para que elas fossem interrompidas. A intenção de Fernando Haddad é chegar aos 400 quilômetros prometidos em campanha. Até agora são cerca de 260.

O juiz Fernando Rodrigues Guerra, da 5ª Vara da Fazenda Pública, só manteve a construção da ciclovia da Paulista. Guerra argumentou que o município não enviara os estudos solicitados em setembro do ano passado.

Na sexta-feira, 27, dia em que ciclistas fizeram um protesto, o presidente do TJ-SP, José Roberto Nalini, derrubou a liminar. Vitória dos cicloativistas. “Não se pode equiparar a alegação de estudo deficiente, como quer o Ministério Público, à ausência completa de prévia avaliação do impacto”, afirmou Nalini. A decisão poderia causar risco “à economia, à ordem, à saúde e à segurança dos paulistanos”.

Camila Mansour alegara que faltava estudo prévio de “impacto viário”. Há trechos que podem e devem ser melhorados, sem dúvida, mas é raro uma decisão dessa natureza ser tomada em relação a qualquer coisa feita para carros.

Se o MP tivesse esse zelo com viadutos, pontes etc talvez São Paulo andasse. Tome-se o exemplo da Marginal Tietê, que completou agora cinco anos de sua gloriosa e caríssima expansão. Segundo a CET, desde 2010 a lentidão média em dias úteis aumentou em 80%.

A “Nova Marginal”, de acordo com o Estadão, começou a ser entregue em março daquele ano por José Serra, que declarou o seguinte: “Pode anotar. Não vai ter mais engarrafamento aqui”. Anotou? Pois é.

O custo foi de 1,5 bilhão de reais. Há uma visão burra de que aumentar a largura de avenidas serve para desafogar o tráfego. Na verdade, ocorre o contrário: aos poucos, mais automóveis ocupam o espaço. Serra nunca vai ser cobrado por mais essa barbeiragem.

Haddad está quebrando um paradigma ao parar de investir em carros numa cidade absolutamente viciada neles. Até a geografia é usada como prova de que São Paulo não foi feita para bikes, como se Deus tivesse determinado isso.

O paulistano típico prefere mofar ao lado de um rio fedorento num asfalto bilionário a compactuar com um bando de comunistas sobre rodas. Como romper essa barreira?

 

Que absurdo (comunistas do *&^%#$@)
Que absurdo (comunistas do *&^%#$@)