Nesta quarta-feira (23), o prefeito do Recife e presidente nacional do PSB João Campos fez um alerta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante um encontro realizado no Palácio da Alvorada, em Brasília. No almoço, ele defendeu que o Partido dos Trabalhadores (PT) amplie as alianças para as eleições de 2026, incluindo nomes de centro nas chapas majoritárias, diz a coluna de Igor Gadelha no Metrópoles.
Campos argumentou que a estratégia é necessária para evitar uma nova onda de vitórias bolsonaristas no Senado. Ele disse a Lula que priorizar apenas candidatos progressistas pode reforçar a polarização política e dificultar futuras negociações no Congresso.
O líder do PSB lembrou que senadores de centro tendem a ser mais receptivos ao diálogo com o governo, ao contrário dos bolsonaristas, que costumam manter uma postura de oposição mais rígida. A avaliação foi feita durante a conversa reservada, segundo relatos obtidos pela coluna.
O encontro reuniu lideranças do PSB e do PT. Pelo lado pessebista, além de João Campos, estiveram presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro do Empreendedorismo Márcio França, e o líder do partido na Câmara, Pedro Campos.
Lula aproveitou a ocasião para pedir unidade entre PT e PSB na composição das chapas para o Senado em 2026. O presidente enfatizou que os partidos aliados não devem entrar em conflito sobre os nomes que disputarão as vagas.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também participou do almoço. Durante a reunião, petistas e pessebistas analisaram os estados onde as duas legendas poderão se unir na disputa eleitoral.
As conversas giraram em torno de alianças estratégicas, sobretudo em locais considerados decisivos para o equilíbrio de forças no Congresso. A avaliação dos participantes é que, além do resultado eleitoral, a formação de bancadas mais alinhadas ao governo será essencial para a governabilidade.
Esse diálogo reforça a movimentação antecipada dos partidos da base aliada, que buscam definir estratégias para garantir maior influência no Senado e reduzir o avanço da oposição nas próximas eleições.