A coragem de Jane Fonda é a mesma dos alunos do Pedro II que expulsaram os fascistas. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 12 de outubro de 2019 às 5:40

Os alunos do Pedro II não sabem, mas uma senhora de 81 anos que foi presa nos Estados Unidos dois dias antes de eles expulsaram deputados fascistas pode ser considerada sua precursora.

Daniel Silveira e o colega estadual Rodrigo Amorim, ambos do PSL, invadiram o colégio carioca e começaram a fotografar o que achavam ter “conotação política”.

Tentativa barata de censura e intimidação.

Os dois parlamentares são os que quebraram a placa em homenagem a Marielle Franco.

Foram postos para correr pelos alunos. Entraram vaiados e deixaram o estabelecimento aos gritos de “Ô, Marielle, quero justiça, não aceitamos deputado da milícia”.

A milhares de quilômetros dali, Jane Fonda, 81 anos, foi presa juntamente com outras quinze pessoas após um protesto de ativistas ambientais em Washington.

Vídeos nas redes sociais mostraram Jane sendo algemada e levada em uma viatura.

O grupo Oil Change International exigia medidas contra o aquecimento global.

Mito do cinema, filha do gigante Henry Fonda, Jane foi de símbolo sexual nos anos 60, estrela de “Barbarella”, a “Hanoi Jane” nos 70, uma das vozes mais contundentes contra a guerra do Vietnã.

Chegou a ir para a Indochina, onde presenciou ataques dos EUA aos vietnamitas.

Continua com o mesmo fogo interior, este que queima hoje no coração dos meninos do Pedro II.